Coronavírus e malthusianismo: Políticas de disputas nos tempos de pandemias — Sandro Mezzadra
A Pandemia de Coronavírus mostrou a fragilidade de nossa ordem econômica e política corrente. Encarando isso, governos ao redor do mundo insistem em uma forma de “Malthusianismo”, sem falar nos conservadores alinhados a Boris Johnson. Mas, como Sandro Mezzadra argumenta, isso também pode oferecer novos espaços para solidariedade: Uma espera prolongada na farmácia, uma longa…

Monitorar e punir? Sim, por favor! — Slavoj Žižek
Muitos comentaristas liberais e esquerdistas observaram como a epidemia do coronavírus tem servido para justificar e legitimar medidas de controle e regulamentação das pessoas, medidas que, até agora, eram impensáveis em uma sociedade democrática ocidental. O bloqueio total da Itália não é o “sonho erótico” do totalitarismo? Não é de se admirar que (pelo…
Não necessitamos de permissão para lutar pela vida. As mulheres zapatistas se unem para a greve nacional do dia 9 de março — ELZN
Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) Não necessitamos de permissão para lutar pela vida. As mulheres zapatistas se unem para a greve nacional do dia 9 de março. [1] México. 1 de Março de 2020. Às Mulheres que lutam no México e no Mundo. De: As mulheres indígenas zapatistas do EZLN. Companheira e…
Estados socialistas são mais democráticos que Estados capitalistas — Shikha Patnaik
Nesta continuação de “O direito de votar em eleições não é sinal suficiente de democracia”, Shikha Patnaik mostra que regimes socialistas são, nos piores casos, tão democráticos quanto países capitalistas, e nos melhores, mais livres que as democracias liberais.

A aventura da filosofia francesa — Alain Badiou
Alain Badiou analisa neste ensaio a filosofia francesa contemporânea, buscando encontrar quais eram os traços peculiares e especiais deste momento da História da Filosofia que vai de Sartre até os últimos escritos de Deleuze.
Badiou elenca 6 elementos que, para ele, definiram tal “aventura filosófica”: instaurar uma nova relação entre conceito e existência; inscrever a filosofia na modernidade e levá-la para fora da academia, pondo-a em circulação no cotidiano; abandonar a oposição entre filosofia do conhecimento e da ação; inventar o que Badiou chama de “filosofia militante”; engajar-se num diálogo com a psicanálise; reinventar a figura do filósofo-escritor.
Da relação entre a psicanálise e a política emancipatória – Castoriadis, Marx e Freud sobre tempo e emancipação — Amanda Armstrong
Neste artigo, Amanda traça um paralelo quanto à questão do tempo em Marx e Freud. A ascensão do comunismo como um “ponto de corte” no tempo sob o capitalismo, que acumula a história alienadamente, é curiosamente similar ao que almeja a terapêutica freudiana: desvelar um passado que é alienado do indivíduo (seu inconsciente) e que domina seu presente, para que, armado dessa sua história individual, possa avançar em direção ao futuro.
A essência da emancipação seria, portanto, uma mudança temporal, e não meramente espacial: não bastaria simplesmente dominar uma terra e tentar emancipar seu povo; é necessário usar o próprio presente do capitalismo, no qual a história existe não como passado, mas como um “presente eterno” (o que reforça os paralelos entre o capital marxiano e a pulsão de morte freudiana), para desalienar a história social, permitindo um salto em direção ao futuro.
O reino da liberdade e o reino da necessidade: uma reconsideração — Herbert Marcuse
Herbert Marcuse, 1969 Neste texto, Marcuse nos rememora a importância e a força dos conceitos utópicos, e utiliza uma frase dos muros de paris de 68 como exemplo: “Sejamos realistas, exijamos o impossível”. Hoje, mais do que nunca, o pensamento de Herbert Marcuse se faz necessário: a sociedade atualmente é mais unidimensional do que no…

Primeiras observações sobre o desastre brasileiro — Antonio Negri
Com a eleição de Jair Bolsonaro a presidente do Brasil, Antonio Negri reflete sobre o ressurgimento global da extrema direita, e afirma: o novo governo brasileiro resgata do fascismo histórico a fabricação de identidades, de um “grande inimigo”, e de uma memória histórica falsa; mas no plano econômico e governamental, a gestão Bolsonaro faz parte de um nova fase do capitalismo, na qual o pacto democrático-liberal começa a ruir, e a maneira criada pelas classes dominantes de manejar a crise consiste em manipular e mediar a aplicação das leis constitucionais, de modo a praticar medidas autoritárias sem alterar uma vírgula da Constituição.
Carta das zapatistas às mulheres que lutam no mundo — ELZN
Irmã, companheira: nós te mandamos saudações, como mulheres em luta que somos, em nome das mulheres zapatistas.