Entrevista: O Grau Zero da Filosofia – Paulo Arantes
Em entrevista a República em 1998, Arantes fala sobre o papel da esquerda na política brasileira e sobre as virtudes de uma espécie de ética do pessimismo.
Textos autorais publicados por meio da Zero à Esquerda.
Em entrevista a República em 1998, Arantes fala sobre o papel da esquerda na política brasileira e sobre as virtudes de uma espécie de ética do pessimismo.
A literatura das duas últimas décadas sobre Stálin é fortemente marcada por disputas narrativas. Ainda nos anos 1990, Ludo Martens falou em um “novo olhar” sobre a URSS stalinista que, no entanto, era estranhamente similar à versão comunista oficial dos anos 1930. Avançando na desconstrução da “lenda negra” de Stálin no Ocidente, D. Losurdo transformou…
Este ensaio propõe tratar da possibilidade sobre uma filosofia brasileira a partir das obras O problema da filosofia no Brasil e Um departamento francês de ultramar, de Bento Prado Jr. e Paulo Arantes. A proposta é “jogar” com as ideias sobre a formação de uma cultura filosófica apresentadas nos textos destes dois autores, desde a
tese de que não há filosofia nacional independente até de que fora o próprio Bento que “fundou” a filosofia no Brasil na forma do ensaio filosófico uspiano. De maneira zelosa e irônica, o texto mais tenta refletir sobre em que moldes pode-se falar de tal tema do que a busca em si por uma brasilidade filosófica.
Ao longo deste século de Kafka , pudemos conhecer diversas de suas facetas: todas como momentos de verdade sobre o autor, mas nenhuma delas capaz de encerrá-lo – o que nos evidencia sua capacidade em continuar a nos provocar questões que continuam a nos impelir a tentar respondê-las. Como diz Benjamin: “a única correlação racional entre criador e obra está no testemunho que esta presta sobre o criador”.
PEQUENA MEMÓRIA PARA UM TEMPO SEM MEMÓRIA A Revista Zero à Esquerda abre a chamada de artigos, ensaios, produções literárias, resenhas e notas para o dossiê 64# “Pequena memória para um tempo sem memória”.Na contramão da tradição de esquecer o passado propagada pelas instituições deste país, entendemos que se faz necessário e urgente trazer a…
OUTROS TEMPOS EXIGEM OUTROS CONCEITOS Jochen Baumann conversa com Moishe Postone sobre a atualidade da Teoria Crítica[1]Essa entrevista foi publicada em 1999. Em 2003 e 2007 apareceram, respectivamente, os textos “O Holocausto e a trajetória do século XX” e “Considerações sobre a história judaica como … Continue reading Jochen Baumann: O que você entende por marxismo…
Ideias.. Ideias, preciso confessar, me interessam mais que homens – me interessam mais que tudo. Elas vivem, lutam, e morrem, como homens. É claro que podemos dizer que só as conhecemos através dos homens, assim como só conhecemos o vento através dos galhos que ele dobra – mas ainda assim o vento é mais importante…
Eu os observo, esses homens, educadospara uma vida diferente da minha: frutosde uma história outra, e encontradosquase irmãos, aqui, na última formahistórica de Roma. Eu os observo: todostêm um ar de vaqueiro adormecidoarmado com uma faca; e seus fluidosvitais são de uma escuridão profunda,como a icterícia papal de Belli,não púrpura, mas um cinzento opaco,de vômito…
Por um euro se compram os cravos nas esquinas. Senhoras pequenininhas como minha vó, torrando ao sol da primavera — que vem já desacreditada depois de um inverno imenso. Por um euro se compram os cravos para enfeitar a lapela ou os cabelos naquilo que já é um símbolo e um desfile cívico. Os ex-combatentes,…
“Que, diante da ascensão da extrema direta, as forças progressistas e de esquerda brasileira se transformaram em ferrenhas defensoras da institucionalidade injusta e desigual que vigora no país — e que até pouco tempo criticavam ferrenhamente —, todo mundo sabe. Mas ninguém ainda havia explicado esse processo ao grande público como Pedro Rocha de Oliveira,…