Manifesto do Afirmacionismo – Alain Badiou
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Manifesto do Afirmacionismo – Alain Badiou

“Nossa capacidade de resistência e invenção requer que renunciemos aos nossos prazeres das margens, na obliquidade, na desconstrução infinita, no fragmento, na exposição trêmula da mortalidade, na finitude e no corpo. Em prol do pobre século que se inicia, devemos – e iremos – declarar a existência do que não existe mais na arte: a construção monumental, o projeto, a força criativa dos fracos, a destruição dos poderes estabelecidos.”

Um único neurônio e seus dentritos
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Antes do desejo: por uma ética de esquerda – Nico Namo Spitale

Este ensaio se debruça sobre a atual desproporção de forças entre a reprodução do capital e o sujeito revolucionário. Há uma nítida insuficiência na esquerda para transformar os possíveis. A atomização do trabalho, a sofisticação da indústria cultural e o avanço das tecnologias de repressão, em suma, apontam para as explicações objetivas dessa situação. No entanto, o que mais nos interessa aqui é a condição subjetiva: quais modelos de sujeito utilizamos para traçar os problemas da dimensão das condutas? E como esse sujeito pode ser afetado e afetar por meio da crítica? Enfim, se a ética foi a tentativa de objetivar o mundo da “liberdade”, é porque se assentou o modelo moderno de sujeito, dotado de uma consciência transcendental indivisível. Uma ética de esquerda, que se pretende revolucionária, deverá revisar esse modelo individual para aumentar suas chances de transformar condutas, escapando da simples “elevação de consciência”.

100 Anos de Lênin: a Melancolia de uma Utopia – Leonardo Silvério
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100 Anos de Lênin: a Melancolia de uma Utopia – Leonardo Silvério

Nesses 100 anos da morte de Lênin que se completam em 21 de Janeiro de 2024, quais são as reflexões que nos tomam? Em que medida seu legado nos alcança e a que medidas ele ainda nos impele com sua atualidade? Qual é a circunstância da melancolia de esquerda neste quadro?

Agressividade nas sociedades industriais avançadas – Herbert Marcuse
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Agressividade nas sociedades industriais avançadas – Herbert Marcuse

O presente ensaio de Herbert Marcuse faz parte da coletânea Negations – Essays in Critical Theory, editada pela Beacon Press em 1968, a qual continha traduções de ensaios do filósofo escritos em alemão na década de 1930 e três ensaios da década de 1960, escritos originalmente em inglês, dentre os quais “Aggressivenes in advanced industrial…

O socialismo que cria mercado: sobre “Como a China escapou da terapia do choque” – Maurilio Botelho e Marcos Barreira
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O socialismo que cria mercado: sobre “Como a China escapou da terapia do choque” – Maurilio Botelho e Marcos Barreira

A explicação mais comum para o “milagre chinês” das últimas décadas enfatiza a abertura econômica conduzida pelo Estado como a chave para que o país se tornasse uma potência industrial mundial. Isabella M. Weber radicaliza essa interpretação, abordando uma dimensão dificilmente reconhecida quando se trata da história do “socialismo real”: seu argumento é que o…

Testemunhar o fim da história:  notas à autobiografia de Lea Ypi. — Nathalia Colli
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Testemunhar o fim da história:  notas à autobiografia de Lea Ypi. — Nathalia Colli

“(…) para nossos propósitos, pouco importa que pensamentos estranhos ocorram para as pessoas na Albânia ou em Burkina Faso, pois estamos interessados no que poderíamos, em certo sentido, chamar de herança ideológica comum da humanidade” The End of History? Francis Fukuyama.    Em sua análise da obra Minha vida de Menina,[1]Schwarz, Roberto. Outra Capitu. In…

O POLÍTICO COMO UM PROCEDIMENTO DA VERDADE
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O POLÍTICO COMO UM PROCEDIMENTO DA VERDADE

O POLÍTICO COMO UM PROCEDIMENTO DA VERDADE – ALAIN BADIOU Por Alain Badiou Quando e em que condições podemos dizer que um acontecimento é político? Até que ponto o “o que está acontecendo” está acontecendo politicamente? Propomos que um acontecimento é político, e que o procedimento que ele emprega revela uma verdade política, sob certas…

A Ilha Aprazível – Éric G. Gaúna
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A Ilha Aprazível – Éric G. Gaúna

Em uma sala de aula subterrânea, um professor, a algumas décadas de distância no futuro, leciona em inglês para seus pequenos aprendizes. Traduzo o episódio apenas para a comodidade de leitores e leitoras brasileiros atuais. Este narrador deve desculpar-se igualmente pela intraduzibilidade das mais sutis nuances, e dada a distância contextual deste documento, que assim…