Nossa dívida a Mark Fisher — Alex Niven
Mark Fisher faleceu há quatro anos. Em tempos difíceis, seus escritos mostraram a uma nova geração que outro mundo era possível, e abriram o caminho para um renascimento socialista.
Traduções publicadas pela Zero à Esquerda, efetuadas por integrantes e/ou colaboradores.
Mark Fisher faleceu há quatro anos. Em tempos difíceis, seus escritos mostraram a uma nova geração que outro mundo era possível, e abriram o caminho para um renascimento socialista.
Em parceria com o LavraPalavra, publicamos hoje a tradução de um texto enviado por Alain Badiou quando da realização de evento – em que não pôde estar presente – na França, onde se discutiu a atual conjuntura. Por Alain Badiou O que eu gostaria de ter falado esta noite, mas não pude em razão de…
Nas semanas que antecedem a eleição presidencial dos EUA, diferentes tipos de resistência populista estão formando gradualmente uma frente unida: “Nos estágios finais da eleição presidencial dos EUA, grupos milicianos armados estão forjando alianças com teóricos da conspiração e grupos antivacina que afirmam que a pandemia de coronavírus é uma farsa, intensificando o medo de…
1: O novo mestre obsceno O espaço público obsceno que está emergindo hoje muda a forma com que a oposição entre as aparências e os boatos funcionam. Não é que as aparências não possuam mais importância quando a obscenidade reina diretamente; é que, na verdade, espalhar boatos obscenos e agir de forma obscena sustenta, paradoxalmente,…
Muitos comentaristas liberais e esquerdistas observaram como a epidemia do coronavírus tem servido para justificar e legitimar medidas de controle e regulamentação das pessoas, medidas que, até agora, eram impensáveis em uma sociedade democrática ocidental. O bloqueio total da Itália não é o “sonho erótico” do totalitarismo? Não é de se admirar que (pelo…
Alain Badiou analisa neste ensaio a filosofia francesa contemporânea, buscando encontrar quais eram os traços peculiares e especiais deste momento da História da Filosofia que vai de Sartre até os últimos escritos de Deleuze.
Badiou elenca 6 elementos que, para ele, definiram tal “aventura filosófica”: instaurar uma nova relação entre conceito e existência; inscrever a filosofia na modernidade e levá-la para fora da academia, pondo-a em circulação no cotidiano; abandonar a oposição entre filosofia do conhecimento e da ação; inventar o que Badiou chama de “filosofia militante”; engajar-se num diálogo com a psicanálise; reinventar a figura do filósofo-escritor.
Enzo Traverso disserta neste pequeno ensaio sobre o elusivo significado do novo movimento populista horizontal da França. Poderiam os Coletes Amarelos atingir seus objetivos sem erguerem uma bandeira vermelha?
Os protestos dos Coletes Amarelos botaram de pernas pro ar o establishment político francês nestes últimos meses. Poucas vezes existiu um presidente tão odiado quanto Macron é hoje, e sua liderança aparenta cada vez mais fragilizada. Neste artigo, Dardot e Laval analisam os protestos e o que eles podem significar para a política francesa. Pontos notáveis do texto incluem uma explicação do motivo que impulsiona a recusa dos Coletes Amarelos de serem representados por meio de porta-vozes e partidos, a defesa e elogio de ações de democracia direta tomadas por certos grupos dentro do movimento, e o ataque dos autores àquilo que chamam de “quietismo político” e “fatalismo” advindo de certas figuras possuidoras de suposta certeza absoluta do destino fascista do movimento.
Algo que vem causando muita, muita dor de cabeça em quem se presta a analisar o movimento dos Coletes Amarelos é a estranha unidade e coesão que este possui, mesmo não tendo sido fruto de grandes organizações e sim da reunião de diversas iniciativas locais. Neste texto que traduzimos, o sociólogo francês Samuel Hayat oferece uma possível explicação para isso: a defesa, pela ampla maioria dos membros do movimento, de pautas que nascem de uma “economia moral”, termo criado por E. P. Thompson para descrever uma maneira (conservadora) de abordar as relações econômicas muito comum nos movimentos e revoltas do século XVIII.
Algo que vem causando muita, muita dor de cabeça em quem se presta a analisar o movimento dos Coletes Amarelos é a estranha unidade e coesão que este possui, mesmo não tendo sido fruto de grandes organizações e sim da reunião de diversas iniciativas locais. Neste texto que traduzimos, o sociólogo francês Samuel Hayat oferece uma possível explicação para isso: a defesa, pela ampla maioria dos membros do movimento, de pautas que nascem de uma “economia moral”, termo criado por E. P. Thompson para descrever uma maneira (conservadora) de abordar as relações econômicas muito comum nos movimentos e revoltas do século XVIII.