Com os Coletes Amarelos: contra a representação, pela democracia — Christian Laval, Pierre Dardot
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Com os Coletes Amarelos: contra a representação, pela democracia — Christian Laval, Pierre Dardot

Os protestos dos Coletes Amarelos botaram de pernas pro ar o establishment político francês nestes últimos meses. Poucas vezes existiu um presidente tão odiado quanto Macron é hoje, e sua liderança aparenta cada vez mais fragilizada. Neste artigo, Dardot e Laval analisam os protestos e o que eles podem significar para a política francesa. Pontos notáveis do texto incluem uma explicação do motivo que impulsiona a recusa dos Coletes Amarelos de serem representados por meio de porta-vozes e partidos, a defesa e elogio de ações de democracia direta tomadas por certos grupos dentro do movimento, e o ataque dos autores àquilo que chamam de “quietismo político” e “fatalismo” advindo de certas figuras possuidoras de suposta certeza absoluta do destino fascista do movimento.

Próxima parada: destituição — lundimatin
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Algo que vem causando muita, muita dor de cabeça em quem se presta a analisar o movimento dos Coletes Amarelos é a estranha unidade e coesão que este possui, mesmo não tendo sido fruto de grandes organizações e sim da reunião de diversas iniciativas locais. Neste texto que traduzimos, o sociólogo francês Samuel Hayat oferece uma possível explicação para isso: a defesa, pela ampla maioria dos membros do movimento, de pautas que nascem de uma “economia moral”, termo criado por E. P. Thompson para descrever uma maneira (conservadora) de abordar as relações econômicas muito comum nos movimentos e revoltas do século XVIII.